A
certa altura, devido às novas camadas que se vão formando e acumulando, a
estrela acaba por colapsar podendo mesmo explodir. Deste modo dissemina os
elementos formados pelo universo circundante... Com exceção do hidrogénio e de
uma parte do hélio, todos os outros elementos (mesmo aqueles que formam as
nossas moléculas) tiveram origem dentro de estrelas...Carl Sagan tinha razão
quando referiu que éramos pó das estrelas
O
Carbono é um dos elementos mais abundantes no universo. A vida, tal como a
conhecemos , reside na capacidade deste elemento se ligar consigo próprio e com
grande número de outros elementos (Oxigénio, Hidrogénio, Azoto, Fósforo,
Flúor...). Nas estrelas velhas, empobrecidas em hidrogénio, o carbono forma
cadeias extensas, originando PAHs (cadeias carbonatadas, onde alguns átomos de
carbono são substituídos por outros elementos como o azoto ou o oxigénio).
Os
PAHs quando sujeitos a radiações UV, transformam-se em moléculas orgânicas
significativas – ésteres, álcoois e quinonas. As quinonas como têm capacidade
de transportar eletrões, terão tido um papel precioso na Terra primitiva, pois
permitiram converter a luz solar em energia química durante a fotossíntese, o
que terá permitido posteriormente o aparecimento da camada de ozono e a evolução
da vida em terra a partir dos oceanos.
Com
tanta abundância de PAHs não será de surpreender a existência de tantas
moléculas orgânicas e destas até ao aparecimento de vida terá sido “um passo”.
E que átomos “escolheu” a vida? Elementar – depois de uma leitura rápida da
tabela periódica poderá concluir-se que “optou” pelos mais abundantes (C, N, O,
H, P, Na, Ca...) e com diferente eletronegatividade. Na verdade a vida é
“Física”, até mais do que “Química”. Daí ser necessário saber descer da
Biologia até à Química e desta até à Física para a compreendermos... MAS com
cuidado, para não cairmos no logro para que nos alertou o Húngaro e prémio
nobel da Medicina Albert Szent-Gyogyi:
“Com
curiosidade em conhecer o segredo da vida, comecei as minhas pesquisas na
histologia. Insatisfeito com as informações que a morfologia celular me dava da
vida, virei-me para a fisiologia. Considerando a fisiologia demasiado complexa,
dediquei-me à farmacologia. Encontrando ainda a situação demasiado complicada,
virei-me para a bacteriologia. Mas a bactéria é mesmo muito complexa, por isso,
desci ao nível molecular, estudando química e química-física. Depois de muitos
anos de trabalho, cheguei à conclusão de que para compreendermos a vida temos
de descer ao nível electrónico e ao mundo das mecânicas. Mas os electrões são
apenas electrões e não têm vida; É evidente que no percurso perdemos a vida;
fugiu-nos por entre os dedos.”
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