O
leitor tem várias crenças. Mas quais das suas crenças são conhecimento,
se é que alguma o é? O que é o conhecimento? O conhecimento não é a
mera crença. Se o leitor acreditar e afirmar que sabe algo e alguém
acreditar e afirmar que sabe o oposto, então pelo menos um de vós está
errado. Acreditar tão só em algo, não importa quão ardentemente, não faz
disso uma verdade. Para que se saiba algo, não basta somente acreditar
nisso; isso também tem de ser verdade! Mas será o conhecimento mera
crença verdadeira? Ou será necessário algo mais? São necessário provas
adequadas! Uma das coisas que devemos perguntar às autorirades é que
provas têm elas das coisas que afirmam saber. E a nós próprios, quando
aceitarmos certas pessoas como autoridades, devemos perguntar é que
provas mostram que essas pessoas são competentes e fidedignas. Grande
parte do conhecimento é adquirido indiretamente. Quem o adquiriu
diretamente? Sob que condições foi adquirido? Quão fielmente essa
informação lhe foi transmitida? A maior parte das vezes não sabemos
responder a estas questões...Navegamos pela vida num oceano de fé.
Acredita
nas coisas porque tem uma experiência direta e adequada para assegurar a
verdade? Ou acredita nelas com base na palavra de outras autoridades?
Deve colocar as questões: Quem são elas? Quem lhe garante que são
competentes e fidedignas? e assim por diante...Tais questões podem
parecer idiotas , pois colocam em questão aquelas coisas que o leitor
pensa que sabe e colocam também em questão aquelas que tinha aceite como
autoridade. Quando começar a tomar tais questões seriamente, irá olhar
para o conhecimento/autoridade de forma mais crítica e reflexiva.
Passará a pensar mais por si mesmo e a apoiar-se menos nos outros para
pensarem por si. Isto explica porque razão as autoridades raramente o
encorajam a fazê-lo.
Muitos
de nós julgamos saber muitas coisas, não apenas acerca de nós mesmos
mas também acerca do universo... Julgamos saber distinguir a realidade
da fantasia num número surpreendente de matérias...Mas se sabemos quase
tudo de forma indireta, como "poderemos" saber que sabemos tanto? Teve,
ou está a ter, experiências suficientes para justificar as suas crenças?
Adaptado de "Sabedoria sem respostas" , Daniel Kolak e Raymond Martin
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