sexta-feira, maio 16, 2014

do Conhecimento (da Verdade e da Vaidade)

O leitor tem várias crenças. Mas quais das suas crenças são conhecimento, se é que alguma o é? O que é o conhecimento? O conhecimento não é a mera crença. Se o leitor acreditar e afirmar que sabe algo e alguém acreditar e afirmar que sabe o oposto, então pelo menos um de vós está errado. Acreditar tão só em algo, não importa quão ardentemente, não faz disso uma verdade. Para que se saiba algo, não basta somente acreditar nisso; isso também tem de ser verdade! Mas será o conhecimento mera crença verdadeira? Ou será necessário algo mais? São necessário provas adequadas! Uma das coisas que devemos perguntar às autorirades é que provas têm elas das coisas que afirmam saber. E a nós próprios, quando aceitarmos certas pessoas como autoridades, devemos perguntar é que provas mostram que essas pessoas são competentes e fidedignas. Grande parte do conhecimento é adquirido indiretamente. Quem o adquiriu diretamente? Sob que condições foi adquirido? Quão fielmente essa informação lhe foi transmitida? A maior parte das vezes não sabemos responder a estas questões...Navegamos pela vida num oceano de fé.

Acredita nas coisas porque tem uma experiência direta e adequada para assegurar a verdade? Ou acredita nelas com base na palavra de outras autoridades? Deve colocar as questões: Quem são elas? Quem lhe garante que são competentes e fidedignas? e assim por diante...Tais questões podem parecer idiotas , pois colocam em questão aquelas coisas que o leitor pensa que sabe e colocam também em questão aquelas que tinha aceite como autoridade. Quando começar a tomar tais questões seriamente, irá olhar para o conhecimento/autoridade de forma mais crítica e reflexiva. Passará a pensar mais por si mesmo e a apoiar-se menos nos outros para pensarem por si. Isto explica porque razão as autoridades raramente o encorajam a fazê-lo.

Muitos de nós julgamos saber muitas coisas, não apenas acerca de nós mesmos mas também acerca do universo... Julgamos saber distinguir a realidade da fantasia num número surpreendente de matérias...Mas se sabemos quase tudo de forma indireta, como "poderemos" saber que sabemos tanto? Teve, ou está a ter, experiências suficientes para justificar as suas crenças?

Adaptado de "Sabedoria sem respostas" , Daniel Kolak e Raymond Martin

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