sábado, maio 31, 2014

A energia das estrelas

As estrelas são pilhas atómicas que funcionam em regime permanente há imenso tempo, na maioria dos casos. Nas regiões profundas da estrela, onde as temperaturas atingem de dez a vinte milhões de graus, produzem-se e mantêm-se reações termonucleares. São possíveis três ciclos de reações nucleares:

1 -
O ciclo mais elementar, chamado ciclo protão-protão ou ciclo (P,P), é predominante a temperaturas internas menos elevadas e são semelhantes aos que se verificam na bomba de hidrogénio. O débito de energia aumenta na razão de potência 4 da temperatura (T4) local.

2 - O segundo ciclo toma o nome do ciclo do carbono ou do carbono-azoto (C;N). Também se designa por ciclo de Bethe. Foi proposto por este cientista sete anos antes da explosão das primeiras bombas atómicas. O carbono e o azoto intervêm como catalisadores e o resultado final é o da conversão do hidrogénio em hélio. Implica temperaturas mais elevadas (T8) que as do primeio ciclo, mas origina rendimentos energéticos maiores.

3 - O terceiro ciclo denomina-se de ciclo da combustão do hélio e decorre a temperaturas altíssimas, na ordem de potência de 40 da temperatura (T40). Apenas ocorre quando todo os hidrogénio já foi consumido nos dois ciclos anteriores. A produção de berílio 8, em contacto com o hélio, leva à produção de carbono 12 e libertação massiva de energia.

As estrelas quentes irradiam em função do ciclo de Bethe, enquanto as mais frias dependem do ciclo de protão-protão. Segundo cálculos, 99% da energia do nosso Sol depende do ciclo protão-protão. O segundo e terceiro ciclos decorrem em estrelas um pouco mais quentes que a nossa. A temperatura do Sol anda um pouco abaixo dos 14 milhões de graus. Há medida que a estrela for consumindo todo o hidrogénio, dar-se-à o flash da combustão do hélio, e posteriormente o flash do carbono, o do oxigénio...à medida que se vão esgotando os carburentes nucleares no seio da estrela...


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