Estas vespas têm o hábito de paralisar a vítima sem a matar, aproveitando para por um ovo de onde nascerá uma larva que se alimentará do interior da vítima. A vítima deve ser mantida viva para abastecer de carne fresca a larva da vespa que cresce dentro dela. E a larva, por seu turno, tem cuidado de comer os órgãos internos por uma ordem precisa. Começa pelos corpos gordos e pelos órgãos digestivos, deixando o coração e o sistema nervoso para o fim - visto serem necessários à manutenção de vida da lagarta. Como referiu Darwin, de forma tão tocante, que tipo de projectista benévolo teria concebido "tal coisa"? Não sei se as lagartas sentem dor; espero sinceramente que não. Já à selecção natural não importa o bem-estar. Porque deveria importar? O único requisito necessário foi que um qualquer acontecimento tenha contribuído para a sobrevivência. A sobrevivência dos genes é uma explicação suficiente para a crueldade das vespas e para a impedernida indiferença da natureza - e satisfatória para o intelecto senão para a compaixão humana. A natureza não é boa nem é má, apenas é.
Sim, há grandeza nesta visão da vida!
Adaptado de O espectáculo da vida, Richard Dawkins
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