Para que a humanidade possa continuar, é preciso que ela
aceite a mortalidade; uma apoptose, segundo uma expressão inventada pelos
Gregos para descrever a queda das folhas no Outono antes que brotem outras
folhas. Segundo Pascal Picq, ser agnóstico não representa certamente a posição intelectual e
filosófica mais fácil. Não acreditando na salvação, nem na predestinação e
muito menos numa qualquer finalidade do cosmos, a grande ideia que poderá mobilizar o
Homem é a VIDA. Ensinar a evolução e as nossas relações
com a vida deviam seduzir-nos neste projecto de um verdadeiro humanismo
universal, pois os Homens não têm nada de vergonhoso, nem nada de que se devam
envergonhar (na sua essência...)
Naturalmente que ninguém ficará satisfeito com a ideia de
que as nossas vidas e o nosso planeta surgiram por sucessivos acasos! Sem um
grande desígnio, o que faríamos? Muitos acabam por mergulhar em depressão...Lou
Marinoff dá-nos uma dica para evitar isto: Se a vida, tal como a conhecemos não
passa de um acidente imprevisível, temos ainda mais motivos para a
apreciar. Se viemos do nada e vamos regressar ao nada, celebremos, então, a
vida. Deste modo o tempo que passamos no mundo é precioso, único e irrepetível.
Vivamos, por isso, uma vida autêntica...bem, o conceito de autêntico pode
variar de indivíduo para indivíduo, mas há algo que ninguém deve olvidar:
devemos procurar o envolvimento com a própria vida, não o afastamento em
relação a ela. Usemos o livre arbítrio para a apreciar, em vez de nos
entregarmos ao desespero...Mesmo em alturas em que as nossas vidas são difíceis
de entender e temos tendência para rejeitar coisas desagradáveis!
Saber que somos mortais devia fazer-nos redobrar os
esforços para saborear a vida...aprecia-la é o primeiro passo para começar a
viver. Nada serena mais o espírito do que atingir um ponto em
que a alma passa a fixar os olhos no intelecto!
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