domingo, junho 22, 2014

Geomagnetismo (e deriva continental) - Parte III

Quando a rocha fundida solidifica, o campo magnético da Terra fica impresso nela, sob a polarização de cristais (magnetite, entre outros) que compõem a rocha ígnea. Os cristais comportam-se como pequenas agulhas de bússola congeladas, presas na direcção que indicavam no momento em que a lava fundida solidificou. O pólo magnético terrestre não é fixo, pois ao longo do tempo têm ocorrido inversões de polaridade. O campo magnético num determinado momento da História da Terra, fica, assim,  fossilizado nas amostras de rochas que se formam nesse momento.  Por este motivo, ao analisarmos a polaridade das rochas do fundo do oceano Atlântico verificamos que se dispõem em faixas sucessivas com polaridade normal e inversa.  As rochas cujos minerais "apontam" para o pólo magnético atual têm polaridade normal. As rochas com minerais que "apontam" para o lado oposto ao do pólo magnético atual têm, então,  polaridade inversa. Se efetuassemos uma viagem de barco entre a costa da América do Sul e de África e, em simultâneo, estudássemos a idade das rochas do fundo oceânico constataríamos um padrão interessante. A cerca de 700 km da costa Brasileira o fundo do mar teria 65 milhões de anos. A tendência para termos rochas cada vez mais recentes continua à medida que nos aproximamos do meio do oceano Atlântico. No centro (rifte), as rochas são tão recentes que algumas acabaram de ser expelidas por erupções vulcânicas. A partir daqui avançamos para África e a idade das rochas aumenta à medida que nos aproximamos deste continente. É a imagem simétrica do padrão que está entre o rifte e a América do Sul. A rocha que provém das erupções ao nível do rifte vai sendo acrescentada às duas placas divergentes e é depois arrastada em sentidos opostos (o que por sua vez leva ao afastamento gradual dos dois continentes que estiveram juntos num passado distante).





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