domingo, abril 27, 2014

Estatística e Investigação

 A Estatística é um ramo da Matemática cuja finalidade é obter, organizar e analisar dados, descobrir as correlações que apresentam, tirando daí consequências descritivas e explicativas, podendo ajudar a prever e a organizar o futuro.
Nas investigações é comum organizar e analisar os dados obtidos e como na maioria das vezes tomam uma forma numérica procede-se à sua análise estatística. Considera Black (1999, p. 304) que a função da análise estatística é “transformar os dados em informação” e é precisamente para isso que ela nos serve. Um dos maiores desafios que se coloca ao investigador é não só descobrir as significações ocultas no “amontoado” de dados de que dispõe, mas também ser capaz de comunicar os resultados do seu estudo à comunidade científica restrita que são os seus “pares”.
A estatística descritiva visa organizar e descrever os dados, identificando o típico e atípico, trazendo à luz diferenças, relações e/ou padrões. Já para encontrar respostas para o problema, ou seja, testar as hipóteses, só é possível com recurso à estatística inferencial. O processo de escolha da técnica adequada para analisar os dados está muito ligado com o processo da transformação de uma hipótese geral numa hipótese operacional (Hill & Hill, 2009, p. 210).
É a estatística inferencial que permite que se extrapolem os resultados da amostra para a população. Segundo Coutinho (2011, pp.183-187) processa-se pela utilização de técnicas estatísticas que podem ser paramétricas ou não paramétricas. Na análise paramétrica são exigidas condições – parâmetros – muito restritos, razão que justifica a própria designação. Entre outros, é necessário proceder à análise do tipo de variáveis, da normalidade, da homogeneidade das variâncias e da independência das observações. Quando as variáveis são de escala intervalar, esta verificação aplica-se através da aplicação do t test de student para grupos independentes (unpaired t test). Sempre que alguns dos pressupostos necessários não se verificam, a opção por métodos não paramétricos é uma exigência (Gibbons, 1993, p.63).


Para verificar a validade de uma estatística, devemos fazer cinco perguntas: 
Quem é o autor do estudo? É neutro em relação à investigação?…pode ser uma empresa a tentar promover-se, por exemplo...
Como é que podem tirar essas conclusões? A amostra e a metodologia usada foram bem escolhidas?…podem escolher-se amostras enviesadas (mesmo sem intenção)...
O que é que está em falta? Forma como são apresentados os resultados…dados brutos, dados percentuais, média, moda, mediana...
Alguém mudou o assunto? Finalidade do estudo…tente fazer um levantamento na mesma zona - um para fins de tributação e outro para fins de saber quem necessita de apoios e compare as diferenças...
Estes dados fazem sentido? Socorra-se do bom senso e de outros dados, contextualize o estudo…

Allison, P. (2002). Missing Data. Sage University Papers Series on Quantitative Applications in the Social Sciences, 07-136. Thousand Oaks, CA: Sage.
Black, T. (1999). Doing quantitative research in the social sciences: an integrated approach to research design, measurement and statistics. London: Sage publications.
Bell, J. (2004). Como realizar um projecto de investigação. Lisboa: Gradiva
Coutinho, C. (2011). Metodologia de Investigação em Ciências Sociais e Humanas: Teoria e Prática. Coimbra: Almedina.
Gibbons, J. (1993). Nomparametric statistics. Newbury park: Sage publications. 
Hill, M & Hill, A. (2000). Investigação por Questionário. Lisboa: Sílabo. 
Pacheco, J. (2006). Um olhar global sobre o processo de investigação. In J. Ávila de Lima e J. A. Pacheco (Org.), Fazer investigação. Contributos para a elaboração de dissertações e teses (pp. 13-28.). Porto: Porto Editora.
Quivy, R. & Campenhoudt, L. (1995). Manual de investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva.
Tuckman, B. W. (2000). Manual de Investigação em Educação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 

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