Charles
Darwin termina assim “A origem das espécies”:
“O
resultado directo da guerra da natureza, que se traduz pela fome e pela morte,
é pois o facto mais sublime que podemos conceber, ou seja, a produção dos
animais superiores. Há grandiosidade nesta visão da vida (...) Enquanto este
planeta continuava a girar de acordo com as leis fixas da gravidade, uma
quantidade infinita de forma belas e admiráveis, emergidas de um começo tão
simples, evoluía e continua, ainda hoje, a evoluir.”
Eu acrescento:
Cada um de nós resultou da fecundação de um óvulo por um espermatozoide,
de entre os cerca de 100 milhões que existem numa ejaculação (muitos autores falam de entre 200 a 600 milhões...). Nesta linha de raciocínio,
as nossas probabilidades de existir (1/100.000.000 = 0,000000001) foram
incomparavelmente menores do que as probabilidades de não existir (99.999.999/100.000.000
= 0,999999999). Após a fecundação há mais uma série intrincada de etapas para
que o ovo ou zigoto evolua até ao feto (cascata de genes, ativação diferencial
de genes, meioses, mitoses, diferenciação...). Do ponto de vista puramente
académico, se os outros espermatozoides que se perderam, tivessem possibilidade
de trocar, será que não trocavam de bom grado com o nosso? Se o universo tem 15
biliões de anos, como se defende, isso significa que tivemos que esperar 15
biliões de anos para que 1 espermatozoide ganhasse a corrida a outros 99 999
999 milhões e nos proporcionasse a vida…
Não haverá também grandiosidade e beleza nesta visão?
A vida é um dom único e irrepetível!
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