O
principal bem que podemos produzir e aumentar é a humanidade
compartilhada, preservando as diferenças individuais. Durante séculos o
ensino serviu para discriminar certos grupos humanos em nome de outros.
Universalizar a educação significa acabar com todas as operações de
discriminação - embora as etapas mais avançadas possam ser mais
seletivas, os primeiros anos não devem ser regateados a ninguém nem
pressupor à partida que este ou aquele "nasceu" para muito, pouco ou
nada. Cada qual é o que prova saber crer, através do esforço e da
capacidade que demonstra, e não o que a sua origem biológica, familiar e
cultural o predestina a ser. Neste sentido, a tarefa educativa é sempre
revolta contra o destino, sublevação contra o fatum: a educação é a
antifatalidade (...).
Adaptado de O valor de educar, o valor de instruir, Fernando Savater
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