Para compreender como funcionam os relógios radioactivos, temos de perceber o que é um isótopo radioactivo. A teoria atómica, que me parece ser aceite por todos, mesmo pelos criacionistas, diz-nos que cada elemento apresenta um átomo característico, que é a menor partícula em que o elemento se pode dividir sem perder as características que o distinguem.
Ao contrário do número de protões, o número de neutrões pode variar num elemento. As diferentes versões de um mesmo átomo chamam-se isótopos. Estes são instáveis pois decaem espontaneamente noutra partícula, a uma taxa previsível. Outra palavra para instável é radioactivo.
Chegamos agora ao cerne da questão. Todos os isótopos instáveis ou radioactivos decaem a uma taxa característica, que é bem conhecida. A meia-vida de um isótopo é o tempo necessário para que se reduza a metade a quantidade inicial dos seus átomos.
Entre eles encontra-se o isótopo radioactivo Potássio 40. Quando um cristal se forma, no instante em que a rocha fundida solidifica, existe Potássio 40, mas não há Árgon.
Á medida que os milhões de anos passam, o K40 decai lentamente e, um a um, os átomos de Árgon 40 substituem os de K40 no cristal. A quantidade de Árgon 40 acumulada é uma medida do tempo decorrido desde a formação da rocha. Apenas as rochas ígneas proporcionam bons relógios radioactivos.
Adaptado de O espectáculo da vida, Richard Dawkins
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