Os manuais de Biologia repetem até à exaustão que o ADN é um "plano" para construir um corpo. Mas não é. Um verdadeiro plano tem uma correspondência unívoca entre o que está no papel e o produto acabado, de onde se conclui que este plano é reversível. Mas se considerarmos o corpo de um animal, por muitas medições que faça não consegue reconstituir o seu ADN. Um corpo desenvolve-se a partir de uma célula individual através de estágios intermédios de embrião, feto, bebé, criança, adolescente e adulto.
É um pouco estranha esta passagem de uma célula (ovo ou zigoto) para um corpo.
Constata-se que não existe nenhum coreógrafo, nem um líder. O corpo final emerge como subproduto das regras que são obedecidas a repetidas vezes sem conta a nível local, mas não global. É assim que a embriologia funciona.
O "corpo final" tão belo é uma consequência de regras obedecidas localmente por células individuais, sem depender de nada a que se possa chamar um plano global.
Adpatado de O espectáculo da vida, Richard Dawkins
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