A outra face
Muitas vezes alguém que é atacado sente necessidade de ajudar o atacante quando reconhece nele a inferioridade de quem está a utilizar mal o seu livre arbítrio, porque, coitado, ainda não aprendeu a fazer melhor. A pessoa que sente a tentativa de agressão deverá desviar-se e defender-se. Mas não precisa de se zangar com nada nem com ninguém. deve manter a serenidade e admitir que não estamos num mundo perfeito e, assim, tolerar os erros dos outros, porque, coitados, ainda não aprenderam a ser melhores.
O Camelo, o Leão e a Criança
Os seres humanos podem assimilar os ensinamentos dos pais, dos avós, dos professores, de Lao-Tsé, de Buda, de Moisés, etc. Quanto mais assimilarem, maior capacidade ganham para poderem discernir o que lhes interessa do que não lhes interessa. Nietzsche admitia que mais de noventa por cento da Humanidade se comporta como o camelo, mantendo uma obediência cega ao que de essencial a sociedade lhe transmite, apenas "escouceando" (às vezes bastante) em pequenas coisas.Uma pequena percentagem descobre a verdade interior, a sua própria luz, tornando-se consciente da sua criatividade. Descobre a capacidade de dizer não, de reagir contra o que lhe quiseram impor como verdade absoluta e única. Rebela-se, revolta-se, rugindo como um leão.
O homem camelo tem sobretudo memória. O homem leão tem sobretudo inteligência.
Mais tarde (se continuar a evoluir) perceberá que não precisa de estar contra, que não precisa de destruir tudo para criar um mundo novo, idêntico ao que idealiza. Compreende que não faz falta a fixação no sim, mas também não é vantajosa a obsessão pelo não.
Este homem é o homem-criança e tem sobretudo sabedoria!
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