Frederick Bailey era um escravo. O que testemunhou e sofreu nos anos 20 do séc. XIX marcou-o para sempre!
Todos os dias se deparava com pessoas que sabiam ler, o que para ele era um mistério (e algo longínquo, visto a aprendizagem da leitura estar vedada aos escravos). Às escondidas pediu a Sophia Auld que o ajudasse a aprender. O seu dono descobriu, repreendeu Sophia e agrediu Frederick violentamente, enquanto proferia: " Um preto não deve saber nada a não ser obedecer ao seu dono. Se começas a ensinar esse preto a ler, não vamos segurá-lo. Deixa de poder ser escravo." Sem se aperceber o patrão revelara a Bailey o grande segredo: " Nessa altura percebi...o poder do homem branco escravizar o negro. Compreendi o caminho que conduz da escravidão à liberdade." Frederick descobriu outras formas de continuar a aprender a ler e acabou por fugir para a Nova Inglaterra, onde a escravatura era ilegal e os negros eram livres. Mudou o nome para Frederick Douglass e acabou por se tornar num dos maiores oradores, escritores e políticos do séc. XIX...ficou claro que a sua liberdade se ficou a dever ao facto de saber ler e escrever.
Se se cresce numa casa onde há livros, onde as pessoas lêm porque isso lhe dá prazer, ou são incentivadas a ler é natural que as crianças sigam o exemplo...caso contrário a literacia pode ser um caminho árduo.
Frederick Douglass ensinou-nos que a literacia é o caminho que conduz da escravatura à liberdade. Há muitos tipos de escravatura e muitos tipos de liberdade...Mas ler continua a ser o caminho.
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