Segundo Paul McLean (director do Laboratory of brain evolution na
década de 70 do século passado) "somos" obrigados a olhar para o
mundo e para nós mesmos através dos olhos de três mentalidades muito
diferentes, duas das quais não verbais. Na parte mais antiga do cérebro
encontra-se a espinal medula e a ponte do varólio. Contém a maquinaria nervosa
para a reprodução, regulação do coração, da circulação sanguínea e da
ventilação. Num peixe e num anfíbio isto é tudo o que existe como cérebro. Para
além deste, existe nos humanos, noutros mamíferos e répteis o complexo
reptiliano (complexo R). À volta deste encontra-se o sistema límbico.
Partilhamos o sistema límbico com os outros mamíferos, mas não na sua forma
mais elaborada com os répteis. Finalmente, acima do resto do cérebro, e sendo a
sua concreção mais recente temos o neocórtex. Nos mamíferos mais avançados
torna-se progressivamente mais desenvolvido. É muito
difícil evoluir alterando a estrutura da vida; qualquer modificação demasiado
radical nela operada será provavelmente fatal. Este problema pode ser
contornado pela adição de novos sistemas que se sobrepõem aos antigos em
vez de se começar do zero (como seria de esperar se houvesse um arquiteto!...).
Adaptado de Os dragões do éden, Carl Sagan
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