quarta-feira, agosto 07, 2013

Humanidade(s) - O cérebro triuno


Segundo Paul McLean (director do Laboratory of brain evolution na década de 70 do século passado) "somos" obrigados a olhar para o mundo e para nós mesmos através dos olhos de três mentalidades muito diferentes, duas das quais não verbais. Na parte mais antiga do cérebro encontra-se a espinal medula e a ponte do varólio. Contém a maquinaria nervosa para a reprodução, regulação do coração, da circulação sanguínea e da ventilação. Num peixe e num anfíbio isto é tudo o que existe como cérebro. Para além deste, existe nos humanos, noutros mamíferos e répteis o complexo reptiliano (complexo R). À volta deste encontra-se o sistema límbico. Partilhamos o sistema límbico com os outros mamíferos, mas não na sua forma mais elaborada com os répteis. Finalmente, acima do resto do cérebro, e sendo a sua concreção mais recente temos o neocórtex. Nos mamíferos mais avançados torna-se progressivamente mais desenvolvido. É muito difícil evoluir alterando a estrutura da vida; qualquer modificação demasiado radical nela operada será provavelmente fatal. Este problema pode ser contornado pela adição de novos sistemas que se sobrepõem aos antigos em vez de se começar do zero (como seria de esperar se houvesse um arquiteto!...).  
Adaptado de Os dragões do éden, Carl Sagan


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