Haeckel considerava que, na sua ontogenia, um animal tende a repetir ou a recapitular a sequência que os seus antecessores seguiram durante a evolução. Na verdade, no nosso desenvolvimento intra-uterino passamos por estádios muito semelhants a peixes, répteis e mamíferos não primatas, antes de nos tornarmos humanos reconhecíveis. No estádio em que nos assemelhamos a peixes temos mesmo fendas brânquiais, absolutamente inúteis para o embrião, que é alimentado pelo cordão umbilical. Uma vez que as brânquias eram vitais para os nossos antepassados, passamos por um estádio brânquial na nossa evolução até nos tornarmos humanos - é a velha história: a evolução não ocorre por alterações rápidas e profundas (salvo raras excepções), antes vai acumulando as sucessivas alterações. Se houvesse um arquitecto, construiria os seres vivos "de raiz" e não "em cima" do já existente, como faz a evolução.
Estádios embrionários de diferentes animais |
PS: As nossas fendas brânquiais são vestígios não de antigos peixes, mas de antigos embriões de peixes. Compreender esta diferença é fundamental para evitar equívocos.
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