O espiráculo dos golfinhos é um caso extremo de correcção de um problema que nunca teria surgido se o animal respirasse através de brânquias, como um peixe. Um verdadeiro projectista tê-lo-ia colocado logo na cabeça - ou teria mesmo abolido os pulmões e introduzido as brânquias.
Existem muitos exemplos em que a evolução corrige um "engano" inicial ou uma relíquia histórica introduzindo uma compensação ou fazendo um ajuste, em vez de voltar ao princípio, como aconteceria se houvesse um projectista. Seja como for, a estrutura complexa e elaborada do espiráculo dos golfinhos é um testemunho eloquente de que os antepassados remotos viviam em terra.
O historial mamífero do golfinho está gravado profundamente na superfície enrugada do seu cérebro, para além da placenta, o leite, o coração com quatro câmaras, a mandíbula com apenas um osso, a homeotermia e muitas outros caratcerísticas específicas.
Adaptado de O espectáculo da vida, Richard Dawkins
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