segunda-feira, fevereiro 08, 2010

da(s) Finalidade(s)

O Universo tem precisamente o que se deve esperar se, no fundo, não há desígnio, nem bem, nem mal, nem nada, senão uma indiferença cega e insondável. Devíamos relembrar a conhecida resposta de Laplace a Napoleão depois de este lhe perguntar: "Porque é que na sua mecânica celeste nunca aparece Deus?" Laplace respondeu: "Senhor, não necessitei de introduzir essa hipótese."
É uma verdade inquestionável que somos primos dos chimpanzés(não derivamos deles como erradamente se pensa, partilhamos, antes, um antepassado comum), primos mais distantes dos papa formigas, primos ainda mais distantes das bananas e dos nabos...a lista poderia continuar indefinidamente. Ora isto não tem de ser verdade. Não se trata de uma verdade evidente, tautológica, óbvia e houve tempos em que a maior parte das pessoas, mesmo as instruídas, pensava que não era. Não tem de ser verdade, mas é. Sabemos isso porque uma vaga crescente de provas o confirma - a evolução é um facto. Não tem uma finalidade nem caminha num sentido de maior perfeição (que chatice para o nosso ego...). O seu caminho é o da adaptação às características ambientais do meio, vigentes em determinado período da história da Terra.
Adaptado de O espectáculo da vida, Richard Dawkins

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