terça-feira, julho 08, 2008

Genoma

Matt Ridley descreve de uma forma nada enfadonha os 23 pares de cromossomas da espécie humana; vejamos uma pequena passagem da sua obra (pág. 32, 2 e 3 parágrafo):
"... De facto, é muito surpreendente que os seres humanos não tenham 24 pares de cromossomas. Os chimpanzés têm 24 pares de cromossomas, assim como os gorilas e os orangotangos. Entre os grandes antropóides nós somos a excepção.
A razão, que imediatamente se torna evidente, não consiste em ter desaparecido em nós um par de cromossomas de grandes primatas, mas sim em dois dos cromossomas dos grandes primatas se terem fundido. O cromossoma 2, o segundo maior dos cromossomas humanos, é de facto formado a partir da fusão de dois cromossomas de médias dimensões dos grandes primatas, tal como pode ser visto a partir do padrão de bandas pretas nos respectivos cromossomas.
O Papa João Paulo II, na sua mensagem à Academia Pontifícia das Ciências de 22 de Outubro de 1996, argumentou que entre os grandes primatas ancestrais e os seres humanos modernos existia uma «descontinuidade ontológica» - um ponto onde Deus injectou a alma humana numa linhagem animal.
Deste modo, a Igreja pode reconciliar-se com a teoria evolutiva. Talvez o salto ontológico tenha ocorrido quando os dois cromossomas dos grandes primatas se fundiram e os genes da alma se encontrem sensivelmente a meio do cromossoma 2."

1 comentário:

Nuno Correia disse...

Um livro muito bom, escrito por quem domina o tema. Estamos habituados a falar da Evolução das Espécies, como sabe bem ler a história "contada" a partir dos Genes.
Nuno